quinta-feira, 8 de julho de 2010

JECA TOTAL – O Bar



Por um momento na minha vida, esse local foi minha segunda casa. Passava lá praticamente de quarta a sábado, invariavelmente, todas as semanas.

Às vezes chegava às 19 horas, às vezes chegava às 03 horas da madrugada, mas sempre passava. E o que é melhor, a qualquer hora sempre encontrava amigos para bater um papo, tomar uma cerveja ou uma atitude (capítulo a parte...).

O Jeca é o bar da resistência, é o bar dos boêmios, dos idealistas, dos bichos-grilo, dos petitas, dos democratas, dos roqueiros, da galera da bossa-nova, enfim de um monte de gente, inclusive da galera da erva...

Aliás, essa última galera é que levou certa má fama ao bar, o que não condiz com a mais pura verdade, mas isso não vem ao caso.

Sem hora pra fechar, no fim da noite sempre roda um violão de mesa em mesa e a galera faz a festa. Só não pode tocar Legião Urbana ou Raul Seixas (TOCA RAUUUUUULLLL), porque se isso acontecer, Don Eudes surge das profundezas, confisca o violão e fecha o bar.

Em qual bar vc vai poder jogar Xadrez? Só no Jeca mesmo. Lá surgiu a incrível modalidade de Xadrez de 8 mãos, onde duas duplas se enfrentam e os parceiros não podem emitir opinião sobre a jogada do outro.


CULINÁRIA


Ali é o mais tradicional dos tradicionais. Basicamente 3 pratos são servidos.

Bolinho de Bacalhau: bom e no óleo da noite, como diria Matuca. Porção com 8 unidades.

Caldo de Sururu: levanta defuntos e bêbados em geral. Vem em uma espécie de caneca de barro pra dar um ar nordestino. Porção individual

Carne do Sol com Cuscuz: Carro chefe da casa. A carne do sol não é muito salgada e o cuscuz é feito com pedaços de bacon que dão um sabor especial ao bicho. Vem num prato de barro com garfo e colher (cada um come como quer...). Você pode pedir a porção (que come uma galera) ou meia porção (2 ou 3 pessoas). Somente os extras-VIPs podem pedir a “meia-da-meia” que é a porção individual. Detalhe: esse prato é tira-gosto e não um jantar.


ATENDIMENTO


Três figuras raras fazem o atendimento: João Eudes, Zani e Seu Nem.

Eudes é o dono e um dos melhores tocadores de violão que eu já conheci. Famoso por suas cortadas em mauricinhos e patricinhas e criador de frases históricas como por exemplo: “O nirvana budista é um gato castrado” – referindo-se ao gato que vive por lá que só alcançou a felicidade plena quando foi castrado

Zani é o mau humor em pessoa. Filho de Eudes, manda qualquer um tomar no devido lugar e continua o serviço. Não pode ver uma mulher entrando no bar que se torna um cavalheiro.

Seu Nem é o faz-tudo. Inclusive orgulha-se de ter ajudado a construir o bar. Figuraça...

Resumindo, o atendimento é horrível, mas quem se importa? “A freeza” tá lá e você levanta e pega sua cerveja no melhor estilo self-service...


ATITUDE


A bebida do local. Feita de vodka, 12 frutas e gengibre. Servida com muito gelo e em copo americano, é produzida por Guile, um músico de Feira de Santana, vem sempre em uma cor laranja muito viva. Uma delícia de bebida.


RESUMO


Pra alguns é Esparro. Se você gosta de sofisticação, não vá. Se você é aventureiro, não se incomoda muito com fumaça (a galera não respeita a lei do fumo) esse é o local. Quem vai e gosta sempre volta. Pra mim é BOOOMMM PRA CARALHO!!!!

4 comentários:

  1. Eu sou almofadinha assumido...

    Não gosto do Jeca...Só se estiver bebendo muito pra não saber o que estou fazendo...

    achei o cuzcuz com carne do sol médio....

    ResponderExcluir
  2. Eu adoro o Jeca, risos e Duda fez a descrição perfeita...
    É tranquilo e divertido. Tem cada figura lá... risos

    ResponderExcluir
  3. Quem quiser tomar uma aula de como administrar um negócio vá no Jeca e converse com João Eudes, Jeca Total o único bar a 16 anos em funcionamento e o dono fecha quando dar na telha pra "detetizar" o ambiente por que ficou cheio de praga :D Amo aquele bar .

    ResponderExcluir
  4. Como consigo o contato de lá?
    Saulo Leal

    ResponderExcluir